Precisamos falar sobre a Síndrome de Burnout
20 de Novembro de 2023
Segundodados do ISMA Brasil (International Stress Management Association), 70% dos
brasileiros acabam tendo problemas com estresse, dos quais 30% podem
desenvolver a Síndrome de Burnout. E ao realizar uma pesquisa em nove países, a
ISMA-Brasil concluiu que o Brasil ocupa o segundo lugar em nível de
estresse, perdendo apenas para o Japão.
Mas no dia 1º
de janeiro de 2022, com a nova classificação da Organização Mundialda Saúde (OMS) entrando em vigor, foi iniciado um movimento. Tudo isso
devido ao fato de que uma das principais modificações que a CID-11 apresentou foi com relação à
Síndrome de Burnout.
Se você quer
entender melhor sobre o tema, continue lendo este artigo.
O que é a
Síndrome de Burnout?
A síndrome de
Burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, foi descrita pela primeira
vez em 1974 por Freudeberger, um médico americano. O transtorno está registrado
no grupo 24 do CID-11 com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento
físico resultante de situações de trabalho desgastante, que demandam
muita competitividade ou responsabilidade.
A principal
causa da doença é justamente o excesso de trabalho e, como o
próprio termo em inglês já explica, de esgotamento.
Quais são os
principais sintomas?
·
Cansaço excessivo, físico e mental
·
Dor de cabeça frequente
·
Alterações no apetite
·
Insônia
·
Dificuldades de concentração
·
Sentimentos de fracasso e insegurança
·
Negatividade constante
·
Alterações repentinas de humor
·
Isolamento
·
Fadiga
·
Dores musculares
·
Problemas gastrointestinais
·
Alteração nos batimentos cardíacos
Normalmente
esses sintomas surgem de forma leve, mas tendem a piorar com o passar dos dias.
Consequentemente, muitos pensam que se trata de algo passageiro.
E para evitar
problemas mais sérios e complicações da doença, é fundamental buscar
apoio profissional assim que notar qualquer sinal. Pois, pode ser algo
passageiro, como pode ser o início da Síndrome de Burnout.
Qual foi a
mudança do CID-11 com relação ao Burnout?
Anteriormente,
na CID-10, o Burnout encontrava-se na categoria “Z – Fatores que influenciam o
estado de saúde: (…) riscos potenciais à saúde relacionados com circunstâncias
socioeconômicas e psicossociais”, vinculada com o ritmo de trabalho penoso e
outras dificuldades físicas e mentais laborais. No entanto, com a CID-11, a
Síndrome de Burnout foi oficializada como um fenômeno crônico.
O
reconhecimento de uma nova doença facilita a gestão de dados médicos e
consequente classificação de síndromes crônicas. Com isso, será possível
acompanhar o crescimento dos dados de forma mais apurada. Além disso, a entrada
do Burnout no CID-11 permitirá às empresas identificar e acompanhar os motivos
dos afastamentos.
Como a
oficialização da Síndrome de Burnout pode afetar a dinâmica do seu negócio?
A expectativa
dessa mudança é de um mercado de trabalho mais saudável, reduzindo o stress da
jornada. Mas com a oficialização da OMS, torna-se imprescindível que medidas
preventivas e de monitoramento sejam constantes no ambiente de trabalho,
inclusive por possíveis reflexos financeiros e jurídicos.
Afinal, o
conceito de “estresse crônico de trabalho” já vincula ao trabalho e não mais à
pessoa do trabalhador.
Como a
liderança pode ajudar a cuidar da saúde mental dos colaboradores?
Todas as
empresas com altos índices de burnout têm três aspectos em comum: colaboração
excessiva, má administração do tempo e tendência a sobrecarregar os mais
capazes.
Por isso,
elogie seus funcionários no dia a dia; empodere sua equipe; dê voz a cada
pessoa; reconheça todos os esforços de forma clara, independente e genuína; e,
por fim, procure ajuda de parceiros que saibam como auxiliar nessa jornada.
E algumas
outras sugestões que podem auxiliar a liderança nessa missão são:
·
reforce a importância da atividade física;
·
organize atividades em grupo e transforme ideias em
hábitos;
·
proporcionar aulas de mindfulness e ioga para
aliviar a ansiedade e estresse, melhorar a concentração, a produtividade e o
foco;
·
trazer palestras sobre autoconhecimento e
bem-estar, com dicas e exercícios práticos sobre como ter uma rotina saudável,
pessoal e profissional;
·
promover sessões individuais de terapias holísticas
e integrativas.
Dessa forma
será criada uma cultura interna de bem-estar que envolve todo o time.
Raquel Bunn - Consultora e Mentora de
Carreira